domingo, 10 de janeiro de 2016





Os meninos são apenas pequenos, não são tolinhos. E ao contrário dos adultos, surpreendem-nos e, na surpresa, trazem-nos os nossos sorrisos de volta. E este em quem estou a pensar, tem uma cabeça fantástica, repleta de caracóis muito alourados pelo sol e, ao que me parece, os raios iluminaram-lhe o cérebro.
Tens que comprar uma casa daquelas, para eu vir da escola e mergulhar na piscina.
Essa é muito cara.
Tens que trabalhar, digo eu, que me apetece animar a discussão.
Isso mesmo, começas a trabalhar para comprarmos a casa.
Oh, mas eu não posso trabalhar.
Pois não, mas podes limpar umas coisas lá em casa e eu pago-te.
Mas se me pagas, ficas sem dinheiro para comprarmos a casa.

Sem dúvida. Uma lógica que lhe vem à cabeça, de forma clara e imediata. O menino que gosta de matemática, e que a aplica tão bem na vida prática. Eu, na idade dele, andava sempre às voltas com as letras e fugia das reflexões lógicas como podia. E uma conversa destas serviria certamente para escrever sobre o tédio da limpeza da casa, pensamento a que, aliás, me mantenho fiel.
A moral da história, como convém nestas histórias que trazem crianças, é que continua a ser menino quem deve ser menino e continua a ser mãe quem tem sido mãe, com toda a carga de responsabilidade que lhe compete.
Entretanto, eu torço para que eles possam mesmo ter a tal casa, só para que a piscina se assegure de um mergulho diário.

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