terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sempre que a paz me visita, faço do regresso a casa um motivo de passeio. Sabe-me bem, este deixar do trabalho no trabalho, deleitar a vista pelas pessoas e pela noite que alumia os espíritos. Sinto-os à minha volta, a cirandarem à minha volta, e gosto...
O mundo é simples e bom, quando coexistimos num acto de compreensão espontânea, só porque sim, porque estamos bem.
As regras dizem que os passeios são um espaço de passagem, e eu concordo mas, à noite, os passeios são aglomerados de pedras amaciados pela estagnação dos que não têm nada a fazer, a não ser aproveitar o tempo para dar despreocupação à vida. Deixo-os estar parados no passeio, a empatarem o meu caminho,... e que mal é esse, quando tenho um pedaço de alcatrão por conta dos meus pés? Passo na estrada e estendo-lhes, sorrateira, a tangência do olhar.  Vejo o grupo dos amigos, uns três a decidirem o melhor caminho para chegar além, uns dois mais afastados, enlaçados em beijos que dançam entre o mimo e a quentura do amor ainda fresco. O caminho é por onde for, e os amigos que os levem, que o destino já o sabem e o caminho pouco importa.

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