O passado é um amigo que nos visita na penumbra da nossa solidão, e como
quem não aprendeu a agasalhar-se de uma matéria-prima qualquer,
cobre-nos de nostalgia. Senta-se connosco. Contempla o nosso melhor bule
que nos fumega o interior, acende uma lareira imaginária que nos afaga,
e fica por ali, sem ter pedido licença, nem para nos visitar, nem para
se despedir. É nesse ambiente de intimidade connosco que temos a noção
estúpida da irreversibilidade de todas as coisas.
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